Encontre-se

Fevereiro 2, 2005

smahomad

Media

0

Artigo publicado na “Revista TEMPO” de 8-Setembro-2004

ampliar imagem

por Magda Jiná

O centro Cultural da Malaposta, em Odivelas, é palco da sétima exposição de uma das mais recentes artistas do mundo da pnitura, Gulnar Sacoor, com 57 anos. Lá poderão ser encontradas cerca de 29 telas que a artista começou a pintar em Novembro passado.

Quando esta pintora, natural de Moçambique, pega no pincel, procura “sensibilizar as pessoas para que se liguem à sua essência”. Nas cerca de 29 telas que vão estar em exposição na Malaposta, a artista apresenta-nos “Encontros”. Segundo diz, encontros entre pessoas, povos e culturas. “Os encontros acontecem a todo o minuto e a todo o momento e traduzem-se em diferentes histórias e formas de estar”, comenta.

A idade nunca foi, ou pelo menos não deveria ser, um obstáculo para batalhar por um sonho. Foi com esta máxima em mente que Gulnar Sacoor se iniciou na pintura. A paixão por esta arte vem-lhe da adolescência “desde as aulas de desenho na escola secundária”. Mas só há cerca de quatro anos deixou as telas e os pincéis tomarem conta da sua vida. “Comecei como autodidacta em 1985, mas só no início do milénio comecei a dedicar-me a tempo inteiro à pintura. É apaixonante começar uma carreira na pintura com a minha idade”, confessou à TEMPO. E admite que só agora se dedica a tempo inteiro à sua verdadeira paixão porque “a pintura não é uma actividade que dê para uma pessoa viver”. Mãe de dois filhos, Gulnar teve de abdicar do seu sonho durante alguns anos e ganhar a vida a trabalhar noutra coisa, que não as telas, para “cumprir as responsabilidades que tinha”. Agora, já com os dois filhos criados e independentes, e sem perspectivas de maior em termos de trabalho, resolveu dedicar-se a “cem por cento” a esta sua “paixão”.

Nos últimos quatro anos, Gulnar Sacoor tem ido buscar inspiração para as suas obras ao mais diversos sítios. A sua primeira exposição foi inspirada pela caligrafia cúfica, “que é muito geométrica e permite abstração”, e os atributos do homem. Também se baseou em temas como a “eternidade do tempo”, com inspiração no Sol e na Lua, e as capacidades que o ser humano tem para encontrar o seu caminho no mundo. Agora, a tentar singrar na profissão que mais prazer lhe dá, Gulnar revela à TEMPO: “Agora, faço o que gosto, e o tempo dirá o resto”.

Comments are closed.