
Pintar, para mim…
Pintar é, para mim, uma forma de meditação, um processo de busca pessoal. Cada cor tem um valor único e expressa emoções que todos percebemos, como o vermelho expressa paixão, sangue, raiva.
Mas a forma como cada pintura é interpretada pelo espectador torna a pintura singular e única. A mesma pintura pode ser interpretada de dez formas diferentes por dez espectadores diferentes. Isto faz de pintura algo dinâmico.
Todos nós já observámos uma rosa bonita, com as suas nuances de cores e pétalas bem desenhadas. O perfume que sentimos e a emoção que gera em nós, pode ser expresso numa tela? Talvez sim…
As minhas pinturas são aquelas emoções que eu vejo na vida. São reflexões sobre a vida. São experiências do dia-a-dia, são sentimentos, emoções, pensamentos, mistérios…
Seleciono as cores de acordo com as emoções que a tela me transmite. A grande maioria das cores são vivas e ousadas. Não me importo se uma cor se sobrepõe a outra cor, pelo simples facto de não estarmos a viver isoladamente no universo. Todos nós temos uma cor que é única e simultaneamente herdamos cores dos nossos parentes, familiares, amigos, e da sociedade em que estamos inseridos.
A tradição, a cultura e os rituais que seguimos, projectam a nossa identidade interna e externamente e a pintura mostra a vida nas suas várias tonalidades.
Somos todos diferentes em diversas entidades, mas a nossa essência é a mesma. Todos os seres humanos têm os mesmos cinco sentidos e vivemos a vida com os cinco sentidos entrosados. O espectador de uma pintura pode ser de qualquer parte do mundo. Mas somos todos um. As nossas vivências, tradições, rituais e sistemas de valores podem ser diferentes. Mas internamente todos aspiramos paz e harmonia. Estas duas palavras são vitais para o bem estar de qualquer individuo.
As minhas pinturas criam uma ligação entre si e mim.